Jornal Vascular Brasileiro
http://www.jvb.periodikos.com.br/article/doi/10.1590/1677-5449.180084
Jornal Vascular Brasileiro
Original Article

Comparação do índice tornozelo-braquial com parâmetros de rigidez e resistência arterial periférica avaliados por fotopletismografia em idosos

Comparison of the ankle-brachial index with parameters of stiffness and peripheral arterial resistance assessed by photoplethysmography in elderly patients

Kelser de Souza Kock; João Batista Ferreira da Silva; Jefferson Luiz Brum Marques

Downloads: 2
Views: 1589

Resumo

Resumo: Contexto: O índice tornozelo-braquial (ITB) utiliza a razão entre a pressão arterial sistólica do tornozelo e do braço para diagnosticar de forma não invasiva a doença arterial periférica (DAP). A fotopletismografia (photoplethysmography, PPG) faz a medição e o registro das modificações de volume sanguíneo do corpo humano por meio de técnicas ópticas.

Objetivos: O objetivo deste estudo foi comparar o ITB com parâmetros de rigidez arterial e resistência periférica avaliados pela PPG em idosos e propor um modelo de predição para o ITB.

Métodos: Foi realizado um estudo transversal quantitativo. A amostra foi composta por idosos atendidos no ambulatório médico de especialidades da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Foram verificados: idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), presença de comorbidades, tabagismo e atividade física. Para comparação das variáveis obtidas com a PPG com o ITB, foi realizada regressão linear bivariada e multivariada, considerando erro α = 0,05.

Resultados: Foram avaliados 93 idosos, sendo 63,4% mulheres. Em 98,9% dos casos, o ITB apresentou-se dentro da normalidade. Na comparação do ITB e variáveis derivadas da PPG em relação à idade, foram demonstradas associações significativas. Contudo, não foram observadas associações significativas entre ITB e PPG. O modelo multivariado indicou que apenas idade, sexo e tabagismo foram associados ao ITB.

Conclusões: Como conclusão, o ITB e a PPG demonstraram associação com o envelhecimento arterial, tendo em vista sua correlação com a idade; contudo, o ITB foi relacionado apenas com idade, sexo e tabagismo. Mais estudos são necessários para avaliar o potencial uso da PPG como rastreio de doenças vasculares em rotinas ambulatórias.

Palavras-chave

fotopletismografia, idoso, hipertensão, aterosclerótica, índice tornozelo-braço

Abstract

Abstract: Background: The ankle-brachial index (ABI) uses the ratio between systolic blood pressures at the ankle and the arm to diagnose peripheral arterial disease (PAD) noninvasively. Photoplethysmography (PPG) measures and records changes to the blood volume in the human body using optical techniques.

Objectives: The objective of this study was to compare ABI with arterial stiffness and peripheral resistance parameters assessed using PPG in elderly patients and to propose a model for prediction of ABI.

Methods: A cross-sectional, quantitative study was conducted. The sample comprised elderly patients seen at a medical specialties clinic at the Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Brazil. Age, sex, body mass index (BMI), comorbidities, smoking, and physical activity were recorded. The variables obtained using PPG and ABI were compared using bivariate and multivariate linear regression, with an α error of 0.05.

Results: A total of 93 elderly patients were assessed, 63.4% of whom were women. In 98.9% of cases, ABI was within normal limits. Comparison of ABI with variables acquired by PPG revealed significant associations with age. However, no significant associations were observed between ABI and PPG. The multivariate model indicated that only age, sex, and smoking were associated with ABI.

Conclusions: In conclusion, ABI and PPG exhibited associations with arterial aging, considering its correlation with age. However, ABI was only related to age, sex, and smoking. More studies are needed to evaluate the potential uses of PPG for screening for vascular diseases in ambulatory settings.
 

Keywords

photoplethysmography, the elderly, hypertension, atherosclerotic, ankle-brachial index

References

Santos RA, Vilas Boas LGDC, Osiro PM, Costa GM, Cordeiro JA, Martins JFV. A importância do índice tornozelo-braquial no diagnóstico da doença carotídea em pacientes hipertensos. Rev Bras Clin Med. 2009;7(17):299-303.

Allen J, Overbeck K, Nath AF, Murray A, Stansby G. A prospective comparison of bilateral photoplethysmography versus the ankle-brachial pressure index for detecting and quantifying lower limb peripheral arterial disease. J Vasc Surg. 2008;47(4):794-802. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2007.11.057. PMid:18381141.

Elgendi M. On the analysis of fingertip photoplethysmogram signals. Curr Cardiol Rev. 2012;8(1):14-25. http://dx.doi.org/10.2174/157340312801215782. PMid:22845812.

Pilt K, Ferenets R, Meigas K, Lindberg LG, Temitski K, Viigimaa M. New photoplethysmographic signal analysis algorithm for arterial stiffness estimation. Sci World J. 2013;2013:169035. http://dx.doi.org/10.1155/2013/169035. PMid:23983620.

Elgendi M. Standard terminologies for photoplethysmogram signals. Curr Cardiol Rev. 2012;8(3):215-9. http://dx.doi.org/10.2174/157340312803217184. PMid:22708915.

Silva BC, Deus FM, Santos DV, et al. Idade, tabagismo, hipertensão arterial, altura e sexo feminino são determinantes de envelhecimento vascular avaliados pela segunda derivada da fotopletismografia digital. Revista de Medicina. 2007;86(1):6-13. http://dx.doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v86i1p6-13.

Brasil. Lei Federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União. 2003; 1.

Mendes MRSSB, Gusmão JL, Faro ACM, Leite RCBO. A situação social do idoso no Brasil: uma breve consideração. Acta Paul Enferm. 2005;18(4):422-6. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002005000400011.

Camarano AA, Kanso S, Mello JL. Como vive o idoso brasileiro? In: Camarano AA, organizador. Os novos idosos brasileiros muito além dos 60? Rio de Janeiro: IPEA; 2004. p. 25-76.

Giollo LT Jr, Martin JFV. Índice tornozelo-braquial no diagnóstico da doença aterosclerótica carotídea. Rev Bras Hipertens. 2010;17(2):117-8.

Gabriel SA, Serafim PH, Freitas CEM, et al. Doença arterial obstrutiva periférica e índice tornozelo-braço em pacientes submetidos à angiografia coronariana. Ver Bras Cir Cardiovasc. 2007;22(1):49-59. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-76382007000100011.

Doobay AV, Anand SS. Sensitivity and specificity of the ankle-brachial index to predict future cardiovascular outcomes: a systematic review. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 2005;25(7):1463-9. http://dx.doi.org/10.1161/01.ATV.0000168911.78624.b7. PMid:15879302.

Aboyans V, Criqui MH, Abraham P, et al. Measurement and interpretation of the Ankle-Brachial Index: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2012;126(24):2890-909. http://dx.doi.org/10.1161/CIR.0b013e318276fbcb. PMid:23159553.

Paiva DN, Goulart CDL, Machado D, Silva ALG, Silva ALG. Comportamento do índice tornozelo-braquial após exercício submáximo em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica. Fiep Bull Online. 2015;85(1):219-24. http://dx.doi.org/10.16887/85.a1.42.

Nunes FGF, Leão GCS, Exel AL, Diniz MCC. Índice tornozelo-braquial em pacientes de alto risco cardiovascular. Rev Bras Cardiol. 2012;25(2):94-101.

Machin D. Sample size tables for clinical studies. 2nd ed. Oxford: Blackwell Science; 2009.

Torres AGM, Machado EG, Lopes TS, et al. Prevalência de alterações do índice tornozelo-braço em indivíduos portadores assintomáticos de doença arterial obstrutiva periférica. Rev Bras Cardiol. 2012;25(2):87-93.

Høyer C, Sandermann J, Petersen LJ. The toe-brachial index in the diagnosis of peripheral arterial disease. J Vasc Surg. 2013;58(1):231-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2013.03.044. PMid:23688630.

Davies JH, Williams EM. Automated plethysmographic measurement of the ankle-brachial index: a comparison with the doppler ultrasound method. Hypertens Res. 2016;39(2):100-6. http://dx.doi.org/10.1038/hr.2015.124. PMid:26631853.

Kawamura T. Índice Tornozelo-Braquial (ITB) determinado por esfigmomanômetros oscilométricos automáticos. Arq Bras Cardiol. 2008;90(5):294-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2008000500003. PMid:18516397.

Hoyer C, Nielsen NS, Jordansen MKO, Zacho HD. Comparison of two methods based on photoplethysmography for the diagnosis of peripheral arterial disease. Scand J Clin Lab Invest. 2017;77(8):622-7. http://dx.doi.org/10.1080/00365513.2017.1390784. PMid:29043840.

Mendes GS, Moraes CF, Gomes L. Prevalencia de hipertensão arterial sistêmica em idosos no Brasil entre 2006 e 2010. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2014;9(32):273-8. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc9(32)795.

Gomes R, Nascimento EF, Araújo FC. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cad Saude Publica. 2007;23(3):565-74. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007000300015. PMid:17334571.

Zaitune MPA, Barros MBA, Lima MG, et al. Fatores associados ao tabagismo em idosos: inquérito de saúde no Estado de São Paulo (ISA-SP). Cad Saude Publica. 2012;28(3):583-96. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000300018. PMid:22415190.

Sousa CA, César CLG, Barros MBA, et al. Prevalência de atividade física no lazer e fatores associados: estudo de base populacional em São Paulo, Brasil, 2008-2009. Cad Saude Publica. 2013;29(2):270-82. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200014. PMid:23459813.

Dias J, Junior MD, Costa MAR, Francisqueti V, Higarashi IH. Prática de atividade física em docentes do ensino superior: foco na qualidade de vida. Esc Anna Nery. 2017;21(4):e20170110.

Conde ID, Benenati JF. Noninvasive testing in peripheral arterial disease. Interv Cardiol Clin. 2014;3(4):469-78. http://dx.doi.org/10.1016/j.iccl.2014.06.006. PMid:28582073.

Wowem EV, Östling G, Nilsson PM, Olofsson P. Digital photoplethysmography for assessment of arterial stiffness: repeatability and comparison with applanation tonometry. PLoS One. 2015;10(8):e0135659. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0135659. PMid:26291079.

Mikael LR, Paiva AMG, Gomes MM, et al. Envelhecimento vascular e rigidez arterial. Arq Bras Cardiol. 2017;109(3):253-8. PMid:28678931.

Millasseau SC, Ritter JM, Takazawa K, Chowienczyk PJ. Contour analysis of the photoplethysmographic pulse measured at the finger. J Hypertens. 2006;24(8):1449-56. http://dx.doi.org/10.1097/01.hjh.0000239277.05068.87. PMid:16877944.

Srivaratharajah K, Abramson BL. Women and peripheral arterial disease: a review of sex differences in epidemiology, clinical manifestations, and outcomes. Can J Cardiol. 2018;34(4):356-61. http://dx.doi.org/10.1016/j.cjca.2018.01.009. PMid:29571419.
 

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)"> Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)">
5ce53b020e88253e448b4567 jvb Articles

J Vasc Bras

Share this page
Page Sections